A relação entre a religião e Estado divide o Iraque;enquanto xiitas e curdos disputam a pasta do Petróleo a relação entre a religião e Estado divide o país ao meio.
A Assembleia Nacional
iraquiana adiou para domingo a eleição do seu presidente, que deverá anteceder a eleição
do Conselho Presidencial e a formação do Governo. Ontem o impasse era total, depois
de o actual Presidente, Ghazi al-Yawar, ter recusado a candidatura ao cargo.
A sessão durou meia hora e foi tumultuosa. O impasse provocou frustração em Bagdad.
O único acordo firme
entre xiitas e curdos parece ser a atribuição da Presidência ao curdo Jalal Talabani
e a chefia do Governo ao xiita Ibrahim Jaafari e a distribuição das principais pastas.
Mas há litígio sobre o estratégico Ministério do Petróleo, reivindicado por ambos
os grupos. Uma das exigências curdas é a redistribuição da renda do petróleo. De resto,
os curdos, aliados dos americanos, e os xiitas, amigos do Irão, terão concepções diferentes
sobre a futura política petrolífera do Iraque.
Outro tema de discórdia entre curdos e xiitas é a questão do federalismo e das garantias
de plena autonomia do Curdistão. Por fim, há a questão do papel da lei islâmica no
futuro regime.
Este vai ser um dos grandes debates da Assembleia. A Constituição provisória define o islão como "uma fonte de legislação" e os sectores laicos querem manter esta fórmula. Uma sondagem recente indica uma divisão profunda: 48 por cento dos inquiridos consideram que a religião deve desempenhar um papel na gestão do Estado, contra 46 por cento que desejam a separação entre religião e Estado. Apenas quatro por cento querem a aplicação rigorosa da sharia.
All the contents on this site are copyrighted ©. |