2005-03-30 15:47:51

Em Angola o mais grave surto de febre hemorrágica:decretada uma quarantena de 21 dias


Angola está confrontada com o pior surto de sempre da febre hemorrágica de Marburgo. Mais quatro pessoas morreram, fazendo subir para 126 o número de vítimas da doença, desde que, há cerca de seis meses, foi registado o primeiro caso na província do Uíje.

Ontem as autoridades decretaram uma quarentena de 21 dias - o período máximo de incubação do vírus - para quem visitou esta província e pretende sair do território angolano.

O número de vítimas da doença continua a subir. Entre as quatro mortos ontem confirmados à AFP está uma criança de um ano, que morreu segunda-feira na maternidade central de Luanda, e dois polícias de Makela do Zombo, a 300 quilómetros da cidade de Uíje, o epicentro da epidemia na província do Norte de Angola com o mesmo nome. A outra vítima, um adulto, morreu ontem no hospital de Uíje.

Os dados avançados pela AFP, citando fontes hospitalares e as equipas no terreno, colidem com os das autoridades oficiais e da Organização Mundial da Saúde, que dão conta de um número inferior de mortes (117), provavelmente devido à necessidade de confirmar laboratorialmente a causa dos óbitos. Esta é já a epidemia mais grave da doença, ultrapassando o surto na vizinha República Democrática do Congo, onde 123 pessoas morreram entre 1998 e 2000.

Altamente agressivo e com um curto tempo de incubação, o vírus transmite-se através de fluidos corporais, sendo mortal em 25 por cento a 80 por cento dos casos. Mas em Angola, onde as condições sanitárias são preocupantes e os infectados só se dirigem aos serviços de saúde quando o seu estado é já muito grave, "as elevadas taxas de mortalidade são as esperadas", afirmou ao PÚBLICO a responsável pela divisão de doenças transmissíveis da Direcção-Geral de Saúde portuguesa, Graça Freitas.

A mesma responsável frisa que só dentro de semanas se poderão avaliar os resultados das medidas sanitárias para travar a doença que na segunda-feira começaram a ser adoptadas pelas autoridades angolanas e organizações internacionais no país.








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