A Comunhão pode ser recusada nalguns casos.Compete á Igreja defender a santidade da
Eucaristia,salientou o Card. Patriarca de Lisboa.
D. José Policarpo, disse ontem à noite que a avaliação da capacidade de cada crente
para receber a comunhão deve ser feita por "cada um na intimidade da sua consciência".
Na homilia da missavespertina da Ceia do Senhor o patriarca admitiu, no entanto, que
nos casos em que "a situação de pecado é pública, tornando-se então o acesso à eucaristia
numa profanação pública da santidade desse sacramento", a comunhão não deve ser dada
aos crentes. Nestes casos, "compete à Igreja defender, também publicamente, a santidade
da eucaristia, não admitindo à comunhão eucarística aqueles que se mantêm publicamente
numa situação moral, claramente definida nas normas morais, incompatível com a santidade
deste sacramento". Esta situação, "delicada", deve no entanto "ser posta em prática
com grande caridade pastoral, pois não pode ser arma de arremesso contra ninguém ou
argumento para teses pastorais".
D. José Policarpo afirmou que cada pessoa tem "capacidade de discernir o que é o pecado,
ou seja, quais as atitudes livremente assumidas que interrompem a comunhão de amor
com Deus, e que deixam marcas negativas no coração, que só a acção de Deus pode recriar".
Apesar disso, "há extremos a evitar", alertou: de um lado, a relativização da "gravidade
do pecado"; do outro, "a atitude escrupulosa, que leva a pessoa a não se aproximar
da Eucaristia, mesmo quando nada de grave cortou, na sua vida, a comunhão de confiança
com Deus".