O presidente dos EUA, George W. Bush, assinou na passada madrugada a lei que permitirá
salvar a vida de Terry Schiavo, mulher que se encontra em coma há 15 anos a quem,
por ordem do tribunal estadual da Florida, foi retirado, na sexta-feira, o tubo de
alimentação que a mantinha viva.
A ideia do diploma é que o caso possa ser revisto por um tribunal federal, o que implicaria
que um juiz ordenasse aos médicos que mantivessem viva a doente até que haja resultados.
Agora competirá a um juiz da Florida determinar a reintrodução do tubo que permite
alimentar e hidratar a doente. Terri Schindler-Schiavo apresenta graves danos cerebrais
desde 1990, e enquanto seu marido deixa claro que não quer mantê-la viva por nenhum
meio artificial, como o tubo de alimentação, os seus pais alegam o contrário e clamam
pelo direito à vida da sua filha.
Há sete anos que o marido de Terri luta para que a mulher, internada na Florida, deixe
de ser mantida viva de forma artificial. Michael Schiavo vive já com outra mulher,
de quem tem dois filhos.
O estado vegetativo de Terry Schiavo não é considerado profundo, dado que ela é capaz
de reagir a estímulos externos, interagindo com o ambiente que a rodeia. Do Vaticano
chegou uma dura reacção de condenação, pela voz de D. Elio Sgreccia, presidente da
Academia Pontifícia para a Vida, que classificava a decisão judicial como “eutanásia
directa”.
“Se tomarmos em conta exclusivamente os aspectos médicos e antropológicos deste caso,
sentimo-nos com o dever de afirmar que esta decisão vai contra dos direitos da pessoa
da senhora Terry Schiavo e constitui, portanto, um abuso da autoridade jurídica”,
apontou.