2005-03-17 11:14:57

Em Portugal pouca abertura á imigração


Portugal é um dos países da União Europeia com mais resistência à imigração. O dado é apresentado num estudo do Observatório Europeu dos Fenómenos Racistas e Xenófobos, que coloca o país no quarto lugar entre os mais resistentes à imigração: um em cada seis portugueses tem reservas em relação à entrada de imigrantes no nosso país.
O Observatório Europeu dos Fenómenos Racistas e Xenófobos, fundado em 1997 e sediado em Viena, Áustria, é uma agência da União Europeia destinada a recolher informação sobre a discriminação na União Europeia.
De acordo com o relatório, 62,47% dos portugueses estavam em 2003 contra a entrada de mais estrangeiros em Portugal. O estudo, refere que os portugueses se revelaram reservados quando colocados perante a imigração de indivíduos de outras raças ou etnias, imigrantes dos países mais pobres da Europa e imigrantes dos países mais pobres fora da Europa.
Este resultado poderá ser uma consequência da recente explosão da imigração em Portugal. Entre 2001 e 2002, devido ao último grande processo extraordinário de legalização, o número de estrangeiros no país quase duplicou, passando de cerca de 250 mil para perto de 500 mil.
O relatório mostra ainda que metade dos europeus, sobretudo os menos instruídos e com empregos precários, embora aceite conviver com outras etnias, é contra a entrada de mais estrangeiros.
A pouca abertura á emigração em Portugal não surpreende o presidente da comissão episcopal das migrações. D. Januário Torgal Ferreira responsabiliza o anterior executivo por esta má classificação de Portugal.Numeros que também não surpreendem o presidente da Republica que ontem visitou o centro nacional de apoio ao emigrante.
Procurando dar o exemplo, no âmbito de uma visita ao Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI) de Lisboa, por ocasião do seu primeiro aniversário, Jorge Sampaio dramatizou algumas das principais falhas do Estado no acolhimento dos imigrantes. Reclamou, em particular, que a Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) inicie uma "batalha sem quartel" aos empresários que exploram os trabalhadores estrangeiros.
Questionado pelos jornalistas que acompanharam a sua presença no CNAI sobre o facto de Portugal estar em quarto lugar, entre os vinte e cinco países da União, no inquérito sobre a "resistência aos imigrantes", o Presidente da República (PR) foi contundente na crítica a um "país que tem medo [dos imigrantes] e não pode ter".
"Temos que nos habituar, uns e outros, a viver em conjunto", sintetizou Sampaio, apontando o caminho: "Temos que combater os abusos e a exploração." "Temos o dever de integrar estas pessoas, de simplificar a burocracia." RealAudioMP3







All the contents on this site are copyrighted ©.