2005-03-16 12:03:16

O apelo á justiça: a herança da Gaudium et Spes a 40 anos da sua promulgação


De 16 a 18 de março ,efectua-se no Vaticano, a Conferência promovida pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz sobre o tema "O apelo à justiça: a herança da Gaudium et Spes a 40 anos da sua promulgação".
A Constituição Pastoral “Gaudium et Spes” é o documento do II Concílio do Vaticano sobre a Igreja no mundo contemporâneo. O objectivo da Conferência é examinar a abrangência do magistério social do Concílio, principalmente na sua relação entre “justiça e vocação à plena humanidade”.
Esta análise será feita através de uma tríplice reflexão: sobre os fundamentos filosóficos e teológicos da Doutrina Social católica; sobre a missão da Igreja no âmbito social e a sua resposta aos sinais dos tempos; sobre a análise das grandes questões contemporâneas de natureza económica, política e social.
A análise será acompanhada por uma exposição de modelos concretos de acção eficaz contra a pobreza, o pecado social e o sofrimento nas suas várias formas.
A Igreja do nossos tempos viu-se colocada dentro de um mundo que se desenvolveu segundo leis próprias e mecanismos cujo controlo escapou, legitimamente, à alçada do religioso. Atendendo a esta conjuntura, o II Concílio do Vaticano propõe um documento singular, precioso pelo seu alcance e actualidade: a Constituição Pastoral Gaudium et Spes (GS).
A realidade histórica e meta-histórica que é o Povo de Deus considera-se na sua existência neste mundo, nele vivendo e actuando na certeza de que o seu fim salvador e escatológico não é tarefa passível de conclusão no mesmo. A demissão da vida terrena, porém, constitui uma falha grave na missão de todo o cristão em ser sal da terra, conforme o mandato evangélico.
A função que a Igreja tem a desempenhar no mundo reveste-se da maior importância, porque visa revelar uma “verdade profunda” sobre a destinação do homem e do universo. A mensagem de Cristo deve iluminar o mundo inteiro, estabelecendo pontes para o diálogo entre todos os povos, ajudando a edificar a paz, sarando as feridas que tantas vezes marcam as relações entre as sociedades.
Empenhada numa parceria de diálogo, a Igreja assume como suas as preocupações da humanidade, as angústias do mundo de hoje, as questões fundamentais sobre o sentido da existência.
Essa mesma Igreja reconhece uma legítima autonomia ao seu parceiro de diálogo, um mundo capaz de um progresso autêntico e humano: “o Concílio considera com muito respeito o que há de bom nas instituições tão diversas que o género humano criou e, sem cessar, continua a criar” (GS, nº 42). A Igreja não ignora o quanto recebeu da história e mostra-se “firmemente persuadida de que pode receber muita ajuda de vários modos, do mundo, pelas qualidades e acções dos indivíduos e das sociedades” (GS nº 40).








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