Comunicado da CEAST a proposito da contestação ao novo bispo de Cabinda
Comunicado da CEAST
Neste momento, sentimos a ausência de D. Paulino no nosso primeiro encontro anual
de Pastores, enquanto garantes da unidade da Igreja, mas não sentimos menos o Calvário
que está a atravessar. Acompanhamo-lo com nossa fraterna solidariedade e nossa oração.
Quanto ao problema de Cabinda, certamente todos recordam o que dissemos há um ano,
na nossa mensagem pastoral de Março de 2004 ao falar da “Nossa Esperança de Paz e
Cabinda”: - “Não é nossa competência dizer que solução dar ao caso de Cabinda. Mas
é competência nossa dizer que a guerra não deve ser solução nem caminho para chegar
a ela”. (Angola no Caminho da Esperança nº 6).
Também hoje dizemos que a violência, mesmo verbal, não é caminho para chegar ao coração
do outro (concórdia) nem solução para lhe conquistar o íntimo (confiança). Como Igreja,
pautamos o nosso ser e agir em ser sinal da íntima união do homem com Deus e da união
dos homens entre si, sem jamais perder de vista esta natureza e missão universal da
Igreja, da qual Cristo é Cabeça e nós, não só membros seus mas também membros uns
dos outros.
É neste contexto de Igreja que lamentamos profundamente a atitude inesperada e estranha
dos nossos irmãos de Cabinda em recusarem a nomeação feita pelo Santo Padre ao prover
de Pastor próprio esta Diocese irmã. Ao Santo Padre compete a inteira responsabilidade
de criar novas Dioceses e de nomear para elas os seus Pastores. É normal na Igreja
que o Bispo de qualquer Diocese seja oriundo duma Diocese diferente. Dos 17 Bispos
que têm pastoreado as 17 Dioceses de Angola e S. Tomé, 14 são oriundos de Dioceses
diferentes.
Não menos grave é que círculos alheios à fé cristã e católica queiram instrumentalizar
e subordinar à política a própria autoridade da Santo Padre, Sucessor de Pedro.
A CEAST, que nas horas difíceis da nossa história sempre apelou ao diálogo como via
segura de dirimir conflitos, lembra nesta hora a palavra que escutou do Santo Padre,
em Outubro passado, a quando da Visita ad Limina Apostolorum: “A todos recordo que
a violência não é capaz de resolver os problemas da humanidade, nem ajuda a superar
os contrastes. É preciso ter a coragem do diálogo. Estou persuadido de que o esforço
e a boa vontade das partes envolvidas nas questões em aberto podem ajudar a construir
uma cultura de respeito e de dignidade” (disc. nº 3).”” Luanda, 11 de Março de 2005,
Os Bispos da CEAST