João Paulo II apareceu hoje à janela do seu quarto do Políclinico Gemelli para abençoar
os numerosos fiéis que se tinham reunido em frente do hospital, sem que esse gesto
estivesse previsto. Hoje é o dia da semana habitualmente dedicado à audiência geral
e o Papa, apesar de estar ausente do Vaticano, não quis faltar ao encontro com os
peregrinos.
O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, passou esta manhã pelo Gemelli, mas
remeteu qualquer informação para o boletim clínico de amanhã.
As informações disponíveis referem que o Papa passou uma noite tranquila nos seus
aposentos do décimo andar, nos quais se encontra há treze noites, continuando a recuperar
da traqueotomia a que foi submetido no dia 24 de Fevereiro.
João Paulo II prossegue os exercícios de reabilitação da respiração. Ontem, o arcebispo
de Moscovo, Taddeus Kondrusiezicz, revelou que foi recebido pelo Papa com um sorriso
e que este lhe teria mesmo perguntado “como iam as coisas em Moscovo”.
“O Papa disse-me que rezava pelo nosso povo e pelos Ortodoxos, porque deseja a reconciliação
entre as duas Igrejas”, declarou D. Kondrusiewicz.
Entretanto João Paulo II delegou em Cardeais, seus colaboradores, a responsabilidade
de presidirem às principais cerimónias da Semana Santa pela primeira vez no seu Pontificado.
O calendário ontem divulgado refere que o Papa dará a bênção “Urbi et Orbi” no dia
de Páscoa e mostra que João Paulo II ainda não renunciou a presidir à Via-Sacra no
Coliseu de Roma visto que é a única cerimonia da Semana Santa onde não se indica o
nome de quem irá presidir esse rito.
Nesta quarta feira o Vaticano publicou em nome do Papa duas nomeações de novos bispos
no Brasil e uma mensagem á nova embaixadora da Geórgia. A Senhora Khetevane Bagration
de Moukhrani
apresentou as credenciais no Vaticano ao secretario de estado Card. Ângelo Sodano.
Os novos bispos são D. José Maria Pinheiro, nomeado para Bragança Paulista e D. Tomé
Ferreira da Silva para auxiliar de S. Paulo.
Na mensagem á embaixadora da Geórgia o Papa salienta que hoje mais do que nunca os
crentes são chamados a unir as forças para criar as bases sólidas de um autentico
renovamento social, contribuindo para a formação das consciências nos caminhos da
paz e do respeito pela dignidade inviolável e pelos direitos de cada pessoa, e ao
mesmo tempo cooperando na eliminação pela raiz de todas as formas de hostilidade,
de preconceito e de discórdia.