Na Índia autoridades combatem discriminação religiosa nas escolas

Nova Délhi, 17 nov (RV)- Finalmente, os estudantes serão considerados todos iguais, sem distinção de pertença religiosa. Foi o que estabeleceu o Departamento de Educação do Estado indiano de Gujarat, na região ocidental do país.

O responsável pelo Departamento enviou a uma escola superior do distrito de Godhra, uma circular na qual se acusa o Instituto de ter promovido a discriminação religiosa entre os estudantes.

Nesse Instituto, por cinqüenta longos anos, esteve em vigor uma norma que obrigava todos os alunos a levar consigo um distintivo diferente, de acordo com a religião professada; para os hindus o símbolo consistia na representação da deusa Saraswati (deusa hindu do conhecimento e das belas artes); para os muçulmanos, o símbolo era uma estrela.

Nessa escola não estudam cristãos, e 40% dos alunos é de religião muçulmana. A partir de agora, o Departamento estabeleceu que haverá um distintivo comum para todos os alunos.

De fato, 50 anos atrás, a imposição de usar distintivos diferentes já suscitara muitas polêmicas; a maior parte dos professores havia protestado, julgando como inconstitucional tudo aquilo que pudesse determinar diversidade de tratamento entre os estudantes e piorar ainda mais, as já delicadas e difíceis relações entre as "comunidades muçulmana e hindu".

Efetivamente, na Índia, as relações entre as diversas confissões religiosas nunca foram tranqüilas. A providência tomada pelo Departamento de educação do Gujarat e' uma prova. Para muitos, a base da intolerância religiosa na Índia, que impede a possibilidade de professar livremente o próprio culto, está na ideologia nacionalista liderada por alguns grupos fundamentalistas de direita que querem criar uma Índia inteiramente hindu, limitando progressivamente e abolindo do país, as demais minorias religiosas.

Na Índia, segundo algumas estimativas, 80% da população é de religião hindu, e 12%, muçulmana. Apenas 2% da população é cristã. Contam-se ainda pequenos percentuais de jainistas (0,5%) e de zoroastristas (0,01%). (MZ)