2004-11-13 18:48:38

JPII diz... "Não!" à eutanásia e ao acirramento terapêutico. "Sim!" às terapias paliativas


Cidade do Vaticano, 12 nov (RV)- A voz do Papa elevou-se esta manhã, na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, para afirmar que "a Medicina deve se colocar sempre a serviço da vida".

Dirigindo-se aos cerca de 650 participantes da XIX Conferência Internacional sobre "Os tratamentos paliativos", organizada pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, o Santo Padre disse que se a Medicina não pode combater uma patologia, deve aplicar-se para aliviar os sofrimentos, "tendo consciência da inalienável dignidade de todo ser humano, mesmo no estado terminal".

Para o cristão, isso significa cuidar do próprio Cristo, e existe, de fato _ ressaltou o Santo Padre _ uma ligação direta entre a capacidade de sofrer e a capacidade de ajudar quem sofre, desfazendo "aquele enigma da dor e da morte que fora do Evangelho nos oprime".

A seguir, o Santo Padre abordou a questão da eutanásia, que se baseia numa "ética que pretende estabelecer quem pode viver e quem deve morrer", que suprime a pessoa ao invés de resgatar seu sofrimento, por força de "uma mal-entendida compaixão ou de uma mal compreendida dignidade a ser preservada", que chega a eliminar a vida para suplantar a dor, "distorcendo desse modo, o estatuto ético da ciência médica".

A verdadeira compaixão, ao contrário _ declarou o Santo Padre _, promove todo esforço razoável para favorecer o tratamento do paciente", e, ao mesmo tempo, "ajuda a suspender as terapias quando nada mais é possível". Mas recusar-se ao acirramento terapêutico não significa rejeitar o paciente ou sua vida, pelo contrário, é expressão de respeito: um respeito que se deve manter, em qualquer situação, pelo doente.

Até mesmo o uso de analgésicos deve ser feito no respeito à liberdade dos pacientes, que, por quanto possível, devem poder-se preparar "com plena consciência para o encontro definitivo com Deus". Eis porque o uso de analgésicos deve ser proporcional à intensidade e ao tratamento da dor.

"A ciência e a técnica _ concluiu JPII _ jamais poderão dar respostas satisfatórias às interrogações essenciais do coração humano. A essas interrogações somente a fé pode dar respostas." (RL)








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