2004-11-13 18:57:05

Bispos africanos e europeus contra o fundamentalismo: é preciso respeitar até mesmo quem não nos respeita


Roma, 12 nov (RV)- A investida do fundamentalismo islâmico e os crescentes fluxos migratórios, que privam os países do terceiro mundo dos recursos humanos dos mais jovens, lançando-os na criminalidade e na prostituição: essas são as maiores preocupações tanto dos bispos africanos quanto dos bispos europeus, reunidos em Roma, de 10 a 13 do corrente, num simpósio internacional sobre o tema "Comunhão e solidariedade entre Europa e África".

Contra a ameaça do fundamentalismo islâmico, Dom Amédée Grab, Bispo de Chur, Suíça, e Presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), não admite senão uma estratégia: "Não se pode responder ao fundamentalismo islâmico com outro fundamentalismo. Não obstante a aparente fragilidade da reação, é importante que nos dediquemos ao empenho cristão, o que fará com que angariemos o respeito até mesmo de quem não nos respeita."

Certamente o nosso objetivo é a reciprocidade, "mas quando ela não se verifica, isso não deve ser motivo para que tolhamos a liberdade religiosa daqueles que vivem em meio à nossa sociedade" _ acrescentou.

Contra a emigração, que nasce das situações de miséria econômica e da opressão social, falou o Arcebispo de Abuja, Nigéria, Dom John Olorunfemi Onaiyekan, que é Presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM): "No que nos diz respeito, a Igreja busca advertir os jovens, para que não aceitem propostas lisonjeiras e atraentes, mas perigosas, que os exortam a emigrar. Infelizmente, eles não nos dão ouvidos."

Por outro lado, Dom Onaiyekan convidou a Europa a "não demonizar os fluxos migratórios que _ sublinhou _ não são apenas o resultado das emergências locais, mas também o sintoma de uma nova época". Ele convidou todos a se prepararem à instauração de "um mundo sempre mais globalizante".

Concluindo, os bispos africanos e europeus confirmaram seu empenho comum em favor da paz e da justiça social.

Da parte africana emergiu um clima de alarme pela reeleição de George W. Bush. A propósito do chefe da Casa Branca, Dom Onaiyekan ressaltou que, "para ser um bom cristão, não basta ser contrário ao aborto". "É preciso maior coerência sobre o conceito de vida. É preciso defender e promover a justiça no mundo, contra uma situação econômica que oprime tantos povos" _ sublinhou. (AF)








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