2004-11-06 15:38:46

Bispo apresentará relatório revelando métodos obscuros da ditadura militar no Chile


Santiago, 06 nov (RV)- O relatório da Comissão Nacional Sobre a Detenção Política e a Tortura, presidida pelo Bispo chileno, Dom Sergio Valech Aldunate, aponta que a tortura foi uma política sistemática e institucional das Forças Armadas Chilenas durante os 17 anos da ditadura do general Augusto Pinochet.

Uma série de investigações produziu um relatório histórico sobre violações contra os direitos humanos, após o golpe militar de 1973. O trabalho indica que o governo chileno buscará caminhos de reparação para os detidos, desaparecidos, mortos políticos e exilados.

A comissão desenhou o mapa dos centros de detenção e tortura espalhados pelo Chile, onde figuram unidades militares, comissariados de polícia, centros de detenção clandestinos, campos de prisioneiros e até embarcações utilizadas como centros de tortura.

Segundo fontes do governo chileno, 60% dos casos correspondem a detenções realizadas em 1973, quando 25 mil pessoas foram presas. Em 1974, foram detidas seis mil pessoas e, em 1975, o número de detenções caiu para três mil.

O relatório descreve que, nos primeiros meses após o golpe militar, os métodos de tortura mais comuns eram espancamentos, fuzilamentos simulados, detenções prolongadas com olhos vedados, choques elétricos, queimaduras, extração de unhas e uma série de métodos não menos sinistros daqueles utilizados pelos militares norte-americano na prisão iraquiana de Abu Ghraib.

De acordo com o diário chileno La Tercera, o relatório será entregue ao presidente chileno, Ricardo Lagos, no dia 10 de novembro. Antecipando o impacto político e público que o relatório causará, o general chileno Juan Emilio Cheyre, divulgou o documento “O fim de uma visão”. No entanto, o Comandante e Chefe do exército chileno deixa de lado a tese dos excessos e responsabilidades individuais nas violações aos direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar. (WM)








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