2004-10-23 17:34:37

Debate crucial na ONU sobre a clonagem humana: Santa Sé pede proibição total


Nova York, 22 out (RV)- Está em curso desde ontem, quinta-feira, em Nova York, na Assembléia Geral da ONU, um debate crucial sobre a proibição da clonagem humana. Alguns países querem a proibição total, outros, ao invés, querem introduzir uma distinção entre clonagem reprodutiva (para reproduzir um ser humano destinado a viver) e clonagem terapêutica (a produção de embriões utilizados como material para curar doenças e para o fim de pesquisa).

A Inglaterra posicionou-se contra os EUA, pedindo à comunidade internacional que prossiga as experiências com embriões para fins terapêuticos. Os EUA, por sua vez, pediram a proibição radical de toda forma de clonagem humana, sendo apoiados pela Costa Rica, Itália, Austrália, Chile, Irlanda e muitos países africanos. Também a Santa Sé pediu a proibição total.

O embaixador britânico posicionou-se a favor de uma proposta apresentada pela Bélgica em nome de cerca de vinte países, que querem somente a proibição da clonagem para fins reprodutivos. Nessa linha, que ontem obteve o apoio também da França, posicionou-se o Secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Já no ano passado o tema dividiu a Assembléia Geral, provocando uma prorrogação da discussão. É possível que nem mesmo desta vez se chegue a um consenso, visto que a Coréia do Sul já propôs, nesta quinta-feira, adiar tudo para fevereiro, com a convocação de uma Conferência internacional sobre as células-tronco.

O representante da Santa Sé na ONU, Dom Celestino Migliore, pediu a criação de um instrumento jurídico internacional para proibir totalmente a clonagem humana, convidando também a defender a pesquisa no campo das células-tronco adultas.

“O Arcebispo Celestino Migliore ressaltou que, de um ponto de vista puramente científico os progressos obtidos com as células-tronco adultas, isto é, provenientes da medula óssea e do cordão umbilical e de outros tecidos maduros, se apresentam como muito promissores. A clonagem dos embriões, ao invés, ainda está longe dos resultados que seus propugnadores sugerem.” (RL)








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