Apelo dos cristãos no Iraque contra os atentados aos lugares de culto

Bagdá, 19 out (RV)- Um dia após as explosões que, na manhã do dia 16 de outubro, atingiram cinco igrejas em Bagdá, chega do Iraque um forte apelo dos líderes religiosos cristãos.

Num comunicado conjunto, publicado pela agência missionária de notícias FIDES, os líderes cristãos de todas as confissões presentes no Iraque (caldeus, latinos, armênios, greco-ortodoxos e outros), exprimem a sua firme condenação a todos os atentados contra os lugares de culto _ cristãos e muçulmanos _ que buscam minar a tradicional convivência entre os diversos credos no Iraque.

O texto da nota evidencia que "cristãos e muçulmanos convivem nesta terra há mais de 1.400 anos" e continuarão convivendo. Os líderes religiosos renovam seus votos de paz e esclarecem que as comunidades cristãs não se deixarão intimidar por causa dos recentes atentados: "Não sairemos do nosso país _ afirma o texto _ permaneceremos para construir um Iraque pacífico, livre, democrático e tolerante."

Os líderes cristãos sempre buscaram manter boas relações e um diálogo com os líderes muçulmanos. Em agosto de 2003 criaram o "Conselho Inter-religioso do Iraque pela Paz", junto com os muçulmanos xiitas e sunitas, e promovem encontros e atividades para reforçar o papel da autêntica religião no cenário iraquiano.

O Conselho se pronunciou contra a violência religiosa e a ação de grupos sectários, destacando que é tarefa das diversas comunidades de fiéis, ajudar os muitos setores da população iraquiana que passam ainda por sérios problemas para sobreviver. O Conselho afirmou ainda que a colaboração das religiões e o desenvolvimento de boas relações entre as diversas comunidades religiosas são fundamentais na construção do novo Iraque.

No Iraque o Islamismo é religião de Estado, porque 90% do povo professa a religião muçulmana, mas a Constituição reconhece a liberdade de culto. Os cristãos no Iraque são ao todo aproximadamente 800 mil, o equivalente a 3 % dos 25 milhões de habitantes, subdivididos em católicos e ortodoxos. Os católicos caldeus constituem a grande maioria, mais de 70%, com aproximadamente 600 mil fiéis. (MZ)