Bispos da Guiné-Bissau dirigem uma mensagem a todo o país neste momento de crise nacional

Bissau, 13 out (RV)- "A crise militar do dia 6 do corrente lançou na instabilidade toda a Guiné-Bissau. De fato, há muitos anos o país espera ansiosamente a estabilidade e a paz social. Esta nova crise levou todos a pensarem que a Guiné-Bissau não é capaz de sair da espiral de violência que marcou a nossa história recente": essas são as palavras iniciais da mensagem com a qual os Bispos da Guiné-Bissau comentam a última crise que, na semana passada, abalou a capital desse pequeno país africano, onde um grupo de militares se insurgiu para protestar contra a falta de pagamento dos salários.

No documento, Dom José Câmnate na Bissign, Bispo de Bissau, e Dom Pedro Carlos Zilli, Bispo de Bafatá _ os dois únicos bispos católicos do país _ dirigem um apelo ao mundo político guineense, mas também à comunidade internacional e aos católicos. "Pedimos a todos que rezem _ escrevem os bispos _ para que o nosso país possa superar este momento de crise, encontrando na justiça, na paz, no diálogo e no amor o fundamento da sua verdadeira estabilidade política e social."

Às "forças vivas" da Nação e à comunidade internacional os dois bispos pedem que façam aumentar os "sinais de esperança" para a população, promovendo iniciativas sobretudo em favor das classes mais fracas, enquanto a classe política guineense é exortada a sacrificar-se para o bem comum, deixando de lado os interesses pessoais.

Espírito patriótico e compromisso para garantir a segurança e o bem-estar dos guineenses são, por sua vez, os pedidos que os bispos dirigem aos militares.

"Cada um deve assumir as próprias responsabilidades _ concluem os dois bispos _ para juntos podermos construir um país no qual cada cidadão se sinta em sua própria casa. Somente assim contribuiremos para construir uma sociedade mais sólida e pacífica." (MZ)