2004-10-09 17:58:38

Apresentada Carta Apostólica do Papa para o Ano da Eucaristia, que terá início no dia 17 próximo


Cidade do Vaticano, 08 out (RV)- O Cardeal Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, apresentou esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé, a Carta Apostólica do Papa dedicada ao Ano da Eucaristia: "Mane nobiscum Domine"

Que a Eucaristia _ "mistério de luz", "fonte de comunhão" e "projeto de missão" _ seja profundamente redescoberta pela comunidade cristã universal como "coração do domingo" e como inspiradora de solidariedade e de paz: são os auspícios do Pontífice, no documento.

Após uma reflexão espiritual e uma série de indicações concretas, o Papa afirma no documento: "Não peço que se façam coisas extraordinárias", mas que todas as iniciativas relacionadas a este Ano especial "sejam marcadas por uma profunda interioridade."

O Ano da Eucaristia tem um seu "ícone" _ escreve o Papa nas primeiras linhas da Carta Apostólica: e são os discípulos de Emaús. Eles percebem o coração gradualmente aquecer-se e iluminar-se diante das palavras do desconhecido Viandante que os acompanhava, a ponto de convidá-lo a permanecer com eles: "Mane nobiscum domine, quoniam vesperascit", dizem eles. "Fica conosco, Senhor, porque já é tarde."

São essas as palavras que introduzem a Carta Apostólica, cuja estrutura segue conceitualmente a progressão da célebre passagem evangélica na qual a obscuridade inicial que afeta o ânimo dos dois discípulos é dissipada pela luz de Cristo, e a sua sabedoria e o gesto sacramental da "fração do pão" transformam imediatamente os dois em anunciadores da sua Ressurreição.

A Eucaristia, afirma o Santo Padre, é por si mesma, "um mistério de luz" porque, embora na total ocultação de Cristo, a hóstia introduz o fiel "nas profundezas da vida divina". Portanto, a Eucaristia deve ser um "mistério bem celebrado". JPII o repete mais adiante, convidando ao decoro nas celebrações, ao respeito das normas, ao uso de uma idônea música litúrgica, a dar a devida relevância, afirma, "aos momentos de silêncio quer na celebração, quer na adoração eucarística".

Aliás, que a adoração fora da missa _ acrescenta _ "se torne durante este ano, um compromisso especial para as comunidades paroquiais e religiosas".

Também a próxima festa de Corpus Christi com a tradicional procissão, exorta o Papa, deve ser vivida com "fervor particular". A Eucaristia é também uma "manifestação" de comunhão eclesial, e o Papa pede que conserve sempre a conotação da fraternidade, especialmente em todos os níveis da hierarquia eclesial.

Por fim, o olhar do Pontífice se volta para o mundo, muitas vezes carente de paz e de solidariedade. Esses dois dons, afirma JPII, nascem do próprio coração da Eucaristia, sacramento que une todas as populações da terra.

"O cristão que participa da Eucaristia _ lê-se na "Mane nobiscum Domine" _ aprende _ a partir dela _ a se fazer promotor de comunhão, de paz e de solidariedade, em todas as circunstâncias da vida."

"A imagem dilacerada do nosso mundo, que iniciou o novo milênio com o fantasma do terrorismo e a tragédia da guerra, convida mais do que nunca os cristãos a viverem a Eucaristia como uma grande escola de paz, onde se formam homens e mulheres que, em vários níveis de responsabilidade na vida social, cultural, política, se fazem artesãos de diálogo e de comunhão." (RL)








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