Monges greco-ortodoxos agridem franciscanos na Terra Santa

Jerusalém, 29 set (RV)- Na manhã da última segunda-feira, 27 de setembro, na Terra Santa, dezenas de monges gregos agrediram os frades franciscanos e seus colaboradores, obrigando a polícia israelense a intervir para defender as vítimas da agressão.

Os fatos ocorreram durante a procissão greco-ortodoxa por ocasião da festa da Santa Cruz, durante a qual o Patriarca greco-ortodoxo, Irineu, ordenou que os franciscanos fechassem a porta de bronze da Capela da Aparição, também conhecida como Capela do Santíssimo Sacramento. Uma vez que o Patriarca Irineu não tem o direito de impor tal fechamento, o representante dos Franciscanos recusou-se a fazê-lo.

O Patriarca greco, então, ordenou a seus guarda-costas e a alguns monges greco-ortodoxos que fechassem a porta da capela. Nesse meio tempo, a procissão se deteve no interior da capela franciscana de Santa Maria Madalena.

No momento em que os guarda-costas do Patriarca juntamente com os monges estavam tentando fechar à força, a porta da Capela da Aparição, interveio a polícia israelense, formando um cordão de isolamento em torno da mesma, com o objetivo de impedir a propagação da violência.

Depois de um breve confronto com os policiais israelenses, os monges greco-ortodoxos _ alguns dos quais trajando paramentos litúrgicos _ passaram a agredir de modo selvagem, os membros da polícia, forçando o próprio ingresso na Capela da Aparição, para fechar as portas. O conflito durou cerca de 30 minutos. Um frade franciscano foi espancado e agredido a chutes, pelos monges gregos e por civis, enquanto diversos policiais ficaram moderadamente feridos.

A polícia pediu reforços e a presença de seu comandante na Cidade Antiga, coronel Nisso Shacham. Com a chegada do oficial, os gregos foram obrigados a se afastar do local, enquanto diversos monges receberam voz de prisão.

Esse ataque dos greco-ortodoxos não tem a menor razão de ser. Nos dias precedentes, representantes do governo israelense haviam feito uma solicitação formal aos franciscanos, para que permitissem que os greco-ortodoxos atravessassem em procissão, a parte norte da Capela de Santa Maria Madalena. A solicitação fora feita com o claro objetivo de evitar episódios de violência no local.

Não contentes com a permissão dada pelos franciscanos, os greco-ortodoxos pretenderam ainda que fosse fechada a porta de bronze da Capela da Aparição. A negativa dos franciscanos em aquiescer a tal exigência desencadeou a ira dos monges greco-ortodoxos e a conseqüente agressão. (AF)