2004-09-24 16:43:54

Bispos de Ruanda refutam envolvimento da Igreja em genocídio de 1994


Kigali, 23 set (RV)- Os bispos de Ruanda exigiram, numa declaração, que a imprensa que não envolva a Igreja no país, nas matanças que, em 1994, acabaram com as vidas de 500 mil pessoas: o genocídio de Ruanda.

“Acusar a Igreja Católica de não reconhecer sua parte de responsabilidade na propagação da ideologia do genocídio em Ruanda é uma afirmação que carece de fundamento. A Igreja tem razão de não reconhecer um crime que não cometeu” _ assinalaram os prelados, no texto publicado pelo jornal bimestral religioso, “Kinyamateka”.

Os nove bispos ruandeses reconhecem a existência de responsabilidades individuais _ mas não institucionais _ entre o clero nacional, nesses massacres.

A nota do Episcopado responde a um relatório parlamentar sobre a “persistência de uma ideologia genocida”, no qual acusam a Igreja de praticar uma segregação étnica na captação dos membros do clero.

A reação dos prelados foi enérgica e um dos signatários da declaração é o Bispo de Gikongoro, Dom Augustin Misago, que em 1999 foi detido, sob a acusação de ter participado no genocídio. O Bispo foi libertado dois anos depois, tendo sido inocentado por um tribunal de primeira instância.

Em meados de 1994, tropas extremistas e o exército governamental massacraram a mais de 500 mil ruandeses tutsis e hutus.

Atualmente, o sacerdote ruandês Pe. Athanase Seromba está sendo julgado pelo Tribunal para o Genocídio de Ruanda, que desempenha suas atividades na Tanzânia, acusado de responsabilidade no massacre de mais de dois mil tutsis que se refugiaram em uma igreja de Nyange, na região ocidental do país. (MZ)








All the contents on this site are copyrighted ©.