2004-09-24 16:39:52

Bispo de Tunja, na Colômbia, fala da mediação da Igreja entre governo e guerrilha para reconduzir o país à paz


Roma, 23 set (RV)- O Santo Padre recebeu nesta quinta-feira em audiência, em Castel Gandolfo, outro grupo de bispos da Conferência Episcopal Colombiana, em visita “ad Limina”.

Alguns dos 45 prelados do centro e sul da Colômbia participaram, esta manhã, na sede da Rádio Vaticano, de um encontro com os jornalistas.

O encontro foi uma ocasião também para falar da situação na qual se encontra o país, sobretudo no que diz respeito ao processo de paz entre o governo de Bogotá e a guerrilha. Um momento muito delicado para o país, como confirmou Dom Luis Augusto Castro Quiroga, Bispo de Tunja...

Dom L. A. C. Quiroga:-“Neste momento a situação, efetivamente, se está fazendo um esforço para instaurar colóquios com pelo menos dois grupos. O grupo das chamadas “Autodefesas” e o grupo do Exército de Libertação Nacional (ELN). É ainda muito difícil dialogar com o outro grupo, o mais forte: as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). A opção do governo não é dialogar diretamente, mas sim fazê-lo através de intermediários. Nesse sentido, fomos nós, a Igreja, que facilitamos o colóquio, que levamos à aproximação entre as partes. Mas é um encontro que se faz via Internet e que não é suficiente. De fato, a certo ponto é necessário colocar-se face a face. É urgente se chegar a uma solução, porque as FARC têm em suas mãos, como reféns, mais de setenta pessoas.”

P. Na semana passada mais de 60 mil índios chegaram a Cali, concluindo uma caminhada de três dias, contra a violência, a ALCA e as iniciativas legais capazes de minar sua autonomia. Como o senhor vê essa manifestação?

Dom L. A. C. Quiroga:-“Creio que esses sinais sejam muito importantes, sobretudo neste momento em que se retoma consciência da necessidade de encontrar a plena paz, através das vias pacíficas. Dois anos atrás, quando foi eleito o atual Presidente, todo mundo queria que se chegasse a uma solução de paz através de uma via de força, isto é, através da guerra. Ao invés, a consciência voltou a raciocinar como deve ser, e mais de 60% da população colombiana quer uma solução através do diálogo.” (RL)








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