Papa manifesta preocupação pelo recrudescimento do fundamentalismo

Castel Gandolfo, 21 set (RV)- A Santa Sé pede que a globalização seja humanizada, diante dos múltiplos desafios que interpelam a comunidade internacional, tais como o abismo entre ricos e pobres, as violações dos direitos humanos, e o terrorismo. Foi esse o teor do discurso de JPII ao novo embaixador português junto à Santa Sé, João Alberto Bacelar da Rocha Páris, recebido em audiência esta manhã, para a apresentação de suas credenciais.

O Papa expressou sua “preocupação pela salvaguarda da paz diante da crescente ação dos grupos extremistas que tornaram o caminho do diálogo e da negociação cada vez mais cheio de obstáculos; mas ressaltou também o “abismo existente entre ricos e pobres” no mundo e “a conseqüente violação dos direitos humanos”.

JPII ressaltou ainda a fome, as enfermidades endêmicas e a freqüência das catástrofes naturais que destroem inteiras populações.

Diante dessa situação e do agravar-se das diferenças regionais tanto do ponto de vista cultural quanto econômico, a Santa Sé pede que “a mundialização seja humanizada”, de modo que o progresso científico e tecnológico sirva ao bem-estar cada povo e nação.

Em seguida, referindo-se à Constituição européia, JPII elogia abertamente o governo português por sua ação em favor do reconhecimento da identidade cristã da Europa. As autoridades portuguesas não hesitaram, de fato, em manifestar suas convicções cristãs, e JPII faz votos de que tais valores possam afirmar-se em nível nacional e internacional.

O novo embaixador português junto à Santa Sé, João Alberto Bacelar da Rocha Páris, iniciou sua carreira diplomática em 1968: foi embaixador em Luanda, Bruxelas e Washington. (RL)