2004-09-01 17:04:49

Aleksej II envia mensagem ao Papa, agradecendo pela restituição do ícone da Mãe de Deus, de Kazan


Moscou, 31 ago (RV)- Um ato de justiça e de benevolência do Papa para com a Igreja Ortodoxa russa. Um gesto que poderá contribuir para a superação das divergências entre a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente.

Com esses conceitos, o Patriarca ortodoxo de Moscou e de todas as Rússias, Aleksej II, agradece ao Papa, numa mensagem, pela restituição do ícone da Mãe de Deus, de Kazan.

A imagem sagrada _ conservada desde 1993 na capela privada do Papa, na residência apostólica do Vaticano, após ter ficado desaparecida por décadas, da Rússia _ foi devolvida no último sábado, a Aleksej II, pelo Cardeal Walter Kasper, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, no curso de uma cerimônia realizada em Moscou, na Catedral da Dormição, no Kremlin.

Creio que a restituição do ícone aos ortodoxos russos tenha sido “um ato de restabelecimento da justiça e um ato de benevolência da parte de Sua Santidade” _ lê-se na mensagem de Aleksej II.

Na decisão de JPII, prossegue o texto, se vê o “sincero desejo” do Papa “de querer superar as dificuldades que existem nas relações entre as nossas duas Igrejas”.

“Que esse evento possa transformar-se na nossa contribuição comum para a superação das conseqüências negativas” da história do século XX, marcado por perseguições sem precedentes contra o Cristianismo.

O Patriarca ortodoxo prossegue, ressaltando que o ícone da “Mãe de Deus”, de Kazan, reconduz a Igreja ao tempo no qual “não existiam divisões” entre Ocidente e Oriente, “infelizmente” tão visíveis em nossos dias.

O Patriarca reitera que a Igreja Ortodoxa russa, “mesmo nos momentos mais difíceis de suas relações com a Igreja Católica”, sempre “invariavelmente declarou sua disponibilidade a desenvolver tais relações, num espírito de cooperação sincera”.

O retorno da imagem à Rússia representa “um passo na direção justa” para a solução dos problemas existentes, enfatiza Aleksej II.

As boas relações entre as duas Igrejas _ observa ainda o Patriarca ortodoxo na conclusão de sua mensagem _ são “extremamente importantes para o futuro da Europa e do mundo inteiro, porque o anúncio dos valores cristãos à sociedade secularizada será eficaz somente se todos os cristãos souberem colocar em prática o mandamento do amor de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”

A abertura nas relações entre os cristãos de várias confissões _ precisa o Patriarca ortodoxo _ “pressupõe o respeito para com os outros, o conhecimento de sua história comum e a sensibilidade ao tomar iniciativas em territórios nos quais a outra tradição cristã existe há séculos”. (RL)








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