2004-08-30 17:55:58

Depois de um século, volta à Rússia o ícone da “Mãe de Deus”, de Kazan


Moscou, 28 ago (RV)- Hoje foi um dia histórico para as relações ecumênicas entre a Igreja Ortodoxa russa e a Igreja Católica: esta manhã, em Moscou, na Catedral da Dormição (ou da Assunção), no Kremlin, foi oficialmente entregue ao Patriarca de Moscou e de todas as Rússias, Aleksej II, o ícone da “Mãe de Deus”, de Kazan.

Um gesto fortemente desejado por JPII, que por quase onze anos conservou a antiga efígie em sua capela privada, na Residência Apostólica, no Vaticano.

Após cem anos _ roubada no início do século passado, passou por diversos países, chegando depois a Fátima e, por fim, providencialmente, à casa do Papa _ a imagem sagrada, objeto de profunda veneração ao longo dos séculos, retorna ao solo russo.

Ao término de uma solene cerimônia, que durou mais de três horas, foi o Cardeal Walter Kasper, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, quem entregou o ícone da Virgem de Kazan ao Patriarca Aleksej II, fazendo-se portador de uma carta do Papa.

Apesar da divisão que, infelizmente, ainda persiste entre os cristãos, essa imagem sagrada se apresenta como um dos símbolos da unidade dos discípulos do único Filho de Deus, d’Aquele rumo ao qual ela nos conduz.

JPII afirma ao Patriarca Aleksej II _ na carta enviada _ que rezou por diversas vezes, diante da imagem sagrada, “implorando para que chegue o dia em que todos estaremos unidos, e no qual poderemos proclamar ao mundo, com uma só voz e em comunhão visível, a salvação do nosso único Senhor, e a Sua vitória sobre todas as forças malvadas e ímpias que atentam contra a nossa fé e ao nosso testemunho de unidade”.

“Após um longo período de provas e de sofrimentos, que no último século se abateram sobre a Igreja Ortodoxa russa e sobre o povo russo _ ressalta o Papa _ o Senhor da história, que dispõe de todos segundo a sua vontade, nos permite hoje estar na alegria e na esperança comum, por ocasião do retorno do ícone da “Mãe de Deus”, de Kazan, à sua Pátria.”

“Possa essa imagem venerável _ invoca por fim, JPII _ conduzir todos nós, pelo caminho evangélico no seguimento de Cristo, proteger o povo para o qual ela retorna, e a toda a humanidade.” (RL)








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