2004-08-20 19:08:30

Minorias étnicas e religiosas perseguidas em Myanmar


Yangoon, 19 ago (RV)- As violações da liberdade religiosa e dos direitos humanos em Myanmar (ex-Birmânia) estão ligadas à opressão e discriminação das minorias étnicas, por parte do regime militar que governa o país.

O “Relatório sobre a liberdade religiosa-2004”, elaborado pela associação “Ajuda à Igreja que Sofre” e um inquérito sobre a liberdade religiosa, realizado pelo Fórum-18, traçam um quadro preocupante sobre este país asiático.

Tanto os cristãos como os muçulmanos são alvo de discriminações, mas apesar de o governo favorecer o Budismo _ que é a religião de 89% da população de Myanmar _ alguns grupos étnicos que professam o Budismo também enfrentam violações similares de direitos humanos.

A discriminação das minorias religiosas é realizada por meio de restrições a atividades de educação e de proselitismo, pela proibição da construção de lugares de culto, e através do impedimento de acesso a cargos de relevo na política e no mundo do trabalho.

As organizações religiosas precisam ser autorizadas e registradas no Ministério da Administração Interna e no Ministério dos Assuntos Religiosos, sob pena de não poderem gerir suas propriedades nem possuir contas bancárias.

A Igreja Católica conta mais de 800 sacerdotes e duas mil religiosas. O governo não interfere na atividade religiosa, mas limita a atividade social. Atualmente as escolas particulares são proibidas e muitas escolas católicas tiveram de ser entregues ao governo.

Segundo o relatório da “Ajuda à Igreja que Sofre”, em 2003 foram confiscadas e destruídas 30 mil bíblias, em Myanmar.

O controle ultrapassa as fronteiras do país. Segundo apurou o Fórum-18, os monges que estudam nos mosteiros da Inglaterra foram aconselhados _ sob pena de serem severamente punidos e ficarem sem passaporte _ a não participar das cerimônias no Mosteiro de Colindale (norte de Londres). O monge que dirige esse mosteiro é visto como opositor do regime, devido a seu apoio aos grupos democráticos de Myanmar no exílio. (MZ)








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