A peregrinação de JPII ao santuário mariano de Lourdes

Lourdes, 14 ago (RV)- A oração do Papa à Virgem Maria, na gruta de Massabielle, imediatamente após sua chegada ao santuário de Lourdes, foi um momento de comoção e de intenso recolhimento. O Santo Padre chegou a Lourdes por volta de meio-dia e meia (hora-local), uma hora e meia após a sua chegada no aeroporto de Tarbes.

Esse foi o início da 104ª peregrinação apostólica internacional de JPII: uma peregrinação de dois dias ao santuário mariano francês, já visitado pelo Pontífice em 1983.

A primeira saudação do Papa, à sua chegada, era dirigida à França _ terra de “grandes santos” e de “ilustres” pensadores _ que o acolheu pela segunda vez. A segunda saudação era dirigida aos enfermos, que o acolheram na gruta de Massabielle como um deles. JPII uniu-se aos doentes, com os quais compartilha a estação do sofrimento físico, num abraço ideal, com afeto e solidariedade.

Lourdes despertou, esta manhã, sob um sol luminoso, após os contínuos dias nublados desta semana, e um vai-e-vem de pessoas ao santuário, desde as primeiras horas da manhã, sob o olhar vigilante dos policiais, a pé e a cavalo, posicionados nas proximidades das entradas.

“No respeito às responsabilidades e competências de cada um _ disse o Papa _ a Igreja Católica deseja oferecer à sociedade, sua contribuição específica para a construção de um mundo no qual os grandes ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, possam constituir a base da convivência social, na busca e na promoção incansável do bem comum.”

Poucos minutos antes, também o Presidente francês, Jacques Chirac, confirmara que nesse terreno, “a Igreja e o Estado francês se encontram e se entendem”.

Ao definir JPII como um “homem de paz” que traz serenidade com sua visita, o Chefe de Estado francês reiterou o compromisso de seu país na luta contra toda forma de intolerância, discriminação e fanatismo, e a favor da promoção do progresso humano e social em todos os níveis.

Após as formalidades do cerimonial, sob a penumbra criada pelo arco traçado na rocha na qual Nossa Senhora apareceu em 1858, à adolescente Bernadette Soubirous, diante do novo altar, JPII se ajoelhou _ peregrino entre os peregrinos _ diante da imagem da Imaculada, e tomou um pouco da água da fonte, a ele oferecida pelo Reitor do Santuário, Pe. Raymond Zambelli.

Depois, JPII entregou a “Rosa de Ouro” ao Bispo de Lourdes, Dom Jacques Perrier, em honra da Imaculada Conceição.

No passado _ recordamos _ a “Rosa de Ouro” era dada pelos Pontífices às soberanas católicas. Com o passar do tempo, a Rosa passou a ser oferecida a Maria, Rainha dos Céus. Uma dessas “Rosas de Ouro” foi levada, uma vez, ao Brasil, por um delegado do Papa Paulo VI, e oferecida ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida.

A seguir, após a recitação do Angelus, JPII abriu o coração aos enfermos. Na leitura de sua saudação foi substituído, porém _ em virtude de seu cansaço _ pelo Cardeal Roger Etchegaray.

“Estou com vocês aqui, queridos irmãos e irmãs, como um peregrino diante da Virgem; faço minhas as suas orações e esperanças; compartilho com vocês esse tempo da vida marcado pelo sofrimento físico, mas nem por isso menos fecundo no designo admirável de Deus.”

Depois da sua saudação aos doentes presentes, o Papa deixou a gruta de Massabielle, dirigindo-se ao Centro de Acolhida “Notre Dame”, onde ficará hospedado hoje e amanhã. (RL)