Polícia búlgara expulsa padres “rebeldes” de igrejas ortodoxas

Sófia, 21 jul (RV)– No quadro de uma antiga rixa no seio da comunidade cristã-ortodoxa da Bulgária, a polícia do país expulsou nesta quarta-feira, padres considerados “rebeldes” de mais de uma dúzia de igrejas da capital, Sófia.

Membros de grupos de direitos humanos chamaram a ação de “uma brutal violação da liberdade religiosa” e acusaram o governo de impor uma unificação da Igreja por decreto.

Desde a queda do comunismo em 1990, a Igreja Ortodoxa foi dividida entre os que apóiam Maxim, Patriarca da Igreja Ortodoxa do país, e aqueles que apóiam seus clérigos rivais, os quais afirmam que Maxim teria sido ilegalmente indicado pelo antigo ditador Todor Zhivkov, e o acusam de ter cooperado com seu regime.

Desde 1991, os padres dissidentes ocuparam cerca de cem igrejas por todo o país. Especialistas afirmam que eles ganharam milhões de dólares alugando propriedades da igreja, fazendo coletas e realizando serviços como casamentos e batismos.

De acordo com uma lei de 2002, todavia, as propriedades pertencem ao Sínodo Sagrado da Igreja Ortodoxa Búlgara _ órgão que administra os assuntos eclesiásticos da Igreja Ortodoxa do país, liderado por Maxim, que pediu a promotores do Estado que obrigassem seus rivais a sair das igrejas em que se encontravam.

Segundo um porta-voz do Ministério do Interior, uma ordem foi dada pelos promotores públicos para ajudar o responsável pela Igreja (o Sínodo Sagrado) a retomar o controle de 18 igrejas em Sófia. (MZ)