Rir é bom para vida espiritual, recorda um sacerdote jesuíta

Roma, 19 jul (RV)- O humor não é rival da vida cristã. E mais, é necessário a ela, como revela um artigo do sacerdote jesuíta Pe. Luciano Larivera na revista “Civiltà Cattolica”, da Companhia de Jesus.

Esse jovem sacerdote faz um estudo sobre o humor e suas qualidades e afirma que “se um cristão não ri, pode ser sintoma de um certo tipo de educação religiosa”. “O humorismo foi, às vezes, um canal por meio do qual os santos transmitiram o próprio carisma”, constata no artigo “Natureza e necessidade do humorismo”, publicado na última edição da revista.

“Um sadio humorismo é a capacidade de rir das coisas que se ama e amá-las ainda” _ explica.

Mas “o humor nos santos não é simplesmente questão de bom caráter, de simpatia humana”, “mas sim a atitude de saber transcender tudo aquilo que não é Deus, vivendo-o em Deus”, acrescenta o jesuíta.

Para Pe. Larivera, “falar de humor é referir-se a uma virtude e não à simples arte de fazer rir”: “o humorismo dos santos é uma virtude e apresenta um profundo componente de humildade”.

O autor, licenciado em Economia, parte da realidade que “todos riem” e explica que os adultos riem cerca de 18 vezes ao dia, enquanto uma criança o faz em 180 ocasiões.

Em sua análise, o jesuíta cita o professor Saroglou, Psicólogo da Religião na Universidade Católica de Louvain (Bélgica), segundo o qual “as pessoas com tendências fundamentalistas inclinam-se a evitar o humor, porque ele mina seus sentidos de segurança e seriedade, ligados à vida associativa e eclesial”.

O sacerdote explica ainda que “o humor cristão não se deve confundir com a espiritualidade vagamente estóica típica da sensibilidade New Age”. E conclui que “a vida espiritual tira grandes benefícios de um saudável uso do humor”. (MZ)