2004-07-15 19:33:47

Arcebispo de La Plata diz que bispos não vêem os pobres pela TV


Buenos Aires, 14 jul (RV) - O Arcebispo de La Plata, Argentina, Dom Héctor Rubén Aguer, respondeu às acusações que o Presidente Néstor Kirchner lhe fez, esta semana, afirmando que, como bispo, não vê os pobres pela televisão, mas trabalha por eles; não “enriqueceu” no Episcopado e, quando fala da crise nacional, o faz como pastor e não como político.

O Chefe do Estado reagiu energicamente aos comentários que Dom Aguer fez, há pouco mais de uma semana, em seu programa televisivo “Chaves para um mundo melhor”, durante o qual pediu cautela, prudência, moderação e concórdia ao governo e ao povo, para evitar um conflito interno.

Na edição desta semana, o Arcebispo disse estar surpreso “com a reação do Presidente da Nação, principalmente porque ele reagiu com um ataque pessoal e utilizando termos ofensivos” para com o Arcebispo.

Segundo Dom Aguer, Kirchner “aludiu ao aval que ofereci no ano passado, para que pudesse tornar-se efetiva a soltura de Francisco Trusso que havia sido determinada pelo Superior Tribunal de Justiça argentino”. O Arcebispo argumentou que o fez “a pedido da família”. “Não desembolsei um centavo. Tratou-se de um apoio moral e é algo do qual não tenho que me envergonhar, como se fosse um deslize que tivesse manchado minha autoridade moral”.

“Além disso _ precisou o Arcebispo de La Plata _ eu não vejo os pobres pela televisão. Conheço a pobreza desde minha infância e não enriqueci no Episcopado”, ressaltou.

Dom Aguer disse que, todas as semanas, faz visitas pastorais às paróquias de sua Arquidiocese. “Falo com todo o mundo, com os pobres e com os menos pobres e não digo com os ricos porque na minha região praticamente não há, e se houver, eles vêm a meu encontro.”

O Arcebispo disse ainda que se ocupou e continua se ocupando de sua Pátria, “como pastor da Igreja, e não falo como político, porque não o sou nem tenho interesses de parte”. “Importa-me a sorte de meu povo e trato de atenuar as necessidades mais urgentes, na medida do possível” _ argumentou Dom Aguer.

“Acredito que se o Senhor Presidente tratasse assiduamente com os bispos, compreenderia de modo muito simples que todos os bispos tentamos ajudar, para que as coisas melhorem; e que desejamos sinceramente e esperamos que a gestão de seu governo possa levar prosperidade de paz ao povo argentino”, concluiu. (MZ)








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