2004-07-09 18:05:05

Otimismo e desapontamento em relação às negociações entre a Santa Sé e o Estado de Israel


Jerusalém, 08 jul (RV)- A diplomacia vaticana manifestou sua desilusão com o desfecho das negociações entre a Santa Sé o Estado de Israel, nas quais não foi registrado nenhum progresso.


Os representantes da Santa Sé se queixaram da falta de poder de decisão dos delegados israelenses para resolver as matérias na pauta das discussões.


A expectativa agora é em relação ao próximo encontro, marcado para setembro. E é neste encontro que a diplomacia israelense fará tudo o que estiver a seu alcance para sair do impasse.

O embaixador de Israel junto à Santa Sé, Oded Ben-Hur, se diz otimista em relação ao percurso que deverão seguir os acordos sobre as diversas questões relacionadas ao status da Igreja Católica em Israel.

Numa entrevista a agência missionária de notícias AsiaNews, o diplomata afirmou que é importante ter consciência das divergências, mas sublinhou que espera ratificar um acordo com a Santa Sé até o final de 2004, ou no máximo, nos primeiros meses de 2005.

O Acordo Fundamental firmado em 1994, pela Santa Sé e o Estado de Israel, deveria ser seguido por uma série de convenções que teriam assegurado a liberdade e os direitos da Igreja Católica em território israelense.

No entanto, o Acordo Fundamental ainda não foi inserido na legislação do país. Em 28 de agosto de 2003, o Estado judaico retirou sua delegação da reunião que buscava alcançar um acordo bilateral sobre a salvaguarda das propriedades eclesiásticas e isenções fiscais.

Na última segunda-feira, as negociações foram retomadas, mas a reunião, após três horas, foi adiada para setembro. Alguns observadores _ entre eles, o porta-voz da Custódia Franciscana da Terra Santa, Fr. David Jaeger _ lamentaram que, depois de um ano de espera, a reunião tenha sido concluída sem apresentar resultados.

Apesar do impasse, o embaixador Oded Ben-Hur explicou que não é preciso valorizar negativamente a última reunião. Segundo o diplomata, o encontro foi protocolar, isto é, para demonstrar que as relações entre os dois Estados foram retomadas após um período de gelo. Fontes eclesiásticas informaram à agência AsiaNews, todavia, que o encontro “deveria te sido uma verdadeira negociação e não um encontro protocolar”.

O diplomata israelense não perde o otimismo e afirma que em setembro serão discutidos temas mais importantes, inclusive com maior envolvimento do governo Sharon na questão.

O embaixador israelense recordou que é preciso olhar o processo com mais paciência, e justificou a lentidão dos trabalhos, decida a obstáculos que se traduzem nas dificuldades de encontrar os termos legais, na necessidade de rever as leis tradicionais e modernizá-las, e encontrar um modo de valorizar a relação com a comunidade católica sem diminuir a cuidado com as outras religiões presentes em Jerusalém.

Segundo o diplomata israelense, o Estado judaico deu pouca importância aos acordos com o Vaticano nos últimos anos. “Em Israel as pessoas não estão conscientes da situação e muitos acham que o acordo já foi assinado. A verdade é que não podemos ignorar o mundo católico que representa um quinto da humanidade”, ressaltou.

Oded Ben-Hur assegurou que os representantes dos vários ministérios israelenses estão empenhados nos trabalhos preparatórios para a estruturação legal do novo acordo e garante que o novo documento não será apenas ratificado, mas efetivado como lei.

Confirmando o interesse do governo israelense pelo mundo cristão, o diplomata recordou que em fevereiro deste ano, o Primeiro-ministro Ariel Sharon lançou um estudo sobre a importância dos cristãos e sobre relações entre Israel e o mundo cristão, e instituiu um comitê do qual fazem parte personalidades acadêmicas e políticas. (WM)








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