EUA alertam Sudão sob prazo para acabar com conflito

Washington, 08 jul (RV)- O governo dos Estados Unidos advertiu nesta quarta-feira, que está acabando o prazo-limite para que o Sudão cumpra sua promessa de frear o derramamento de sangue na conflituosa região de Darfur (oeste do país), sob pena de enfrentar sanções do Conselho de Segurança da ONU.

Depois de sua primeira reunião no Conselho, desde que passou a ocupar o posto, o novo embaixador dos EUA na ONU, John Danforth, afirmou que o organismo pode começar a discutir o rascunho da resolução norte-americana que imporia sanções aos líderes da milícia que está por trás da violência no Sudão.

A resolução pode aplicar um embargo de armas e viagens à milícia árabe que tem realizado uma campanha de estupros e seqüestros contra os africanos negros na enorme região ocidental de Darfur.

Os confrontos em Darfur, que se intensificaram em fevereiro deste ano, já deixaram 10 mil mortos e um milhão de refugiados, segundo a ONU. Os funcionários das Nações Unidas dizem que só conseguiram ajudar um terço das pessoas em estado de necessidade, por causa da violência e das restrições à ação dos grupos humanitários.

“Em Darfur, as milícias saqueiam, queimam e às vezes bombardeiam as comunidades negras de origem africana”, disse Jan Egeland, coordenador das ajudas de emergência.

A ONG “Human Rights Watch”, de Nova York, afirma que o governo do Sudão é responsável pelas agressões, porque estaria financiando a ação das milícias árabes. Segundo a organização, o governo sudanês está praticando crimes contra a humanidade. O governo nega seu envolvimento com os grupos árabes armados ou com a “limpeza étnica” em Darfur. (MZ)