Otimismo em relação aos resultados da nova rodada de negociações entre a Santa Sé e Israel

Cidade do Vaticano, 07 jul (RV)- A Santa Sé iniciou nestes dias, uma nova rodada de negociações com o Estado de Israel, na tentativa de superar alguns impasses políticos que esfriaram as relações entre os dois Estados nos últimos anos: um período marcado pela decisão unilateral de Israel, de aplicar o Acordo Fundamental, assinado entre ambas as partes, em dezembro de 1993.

A delegação da Santa Sé, chefiada pelo Primeiro Secretário da Nunciatura Apostólica em Israel, manteve um encontro com representantes israelenses, guiados pelo chefe do Departamento dos Assuntos Religiosos do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Gadi Golan, além de funcionários israelenses dos Ministérios da Economia, da Justiça e do Interior.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Jonathan Peled, mostrou-se otimista com a abertura dos trabalhos preliminares. Segundo Peled, as duas partes estão movidas pelo desejo de alcançar um acordo e resolver os principais pontos de atrito.

O porta-voz israelense afirmou que o Estado de Israel e a Santa Sé ainda estão numa fase preliminar de entendimentos. Ele se declarou otimista e acredita que Israel e o Vaticano chegarão um acordo que vai satisfazer ambas as partes.

Por sua vez, o porta-voz da Custódia Franciscana na Terra Santa, Fr. David Jaeger, especialista jurídico da delegação vaticana, é mais cauteloso, dizendo que o primeiro dia de negociações não apresentou nenhum passo positivo. Apesar disso, Fr. Jaeger destacou o clima de cordialidade reinante na reunião.

Os pontos mais polêmicos do impasse entre a Santa Sé e Israel dizem respeito à salvaguarda das propriedades eclesiásticas, à isenção fiscal para as diversas instituições católicas em Israel e a delicada questão da concessão de vistos de permanência a religiosos e religiosas.

Nos últimos dois anos, por razões de segurança, Israel impôs uma política de restrição na concessão de vistos a cidadãos estrangeiros: uma medida que atingiu diretamente numerosos religiosos que trabalham e vivem na Terra Santa.

Além da questão dos vistos, a Santa Sé desaprovou o fato de Israel não ter ainda incluído em sua legislação o Acordo Fundamental de 1993. Israel rebate as críticas informando que o Acordo é declaratório, o que desobriga o Estado de incluí-lo na legislação do país. (MT)