Divulgado balanço financeiro de 2003 da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano

Cidade do Vaticano, 07 jul (RV)- O anúncio foi feito após uma reunião do Conselho de Cardeais para o Estudo dos Problemas Organizacionais e Econômicos da Santa Sé, presidido pelo Cardeal Secretário de Estado, Angelo Sodano.

O Presidente da Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Santa Sé, Cardeal Sergio Sebastiani, revelou que o déficit da Santa Sé foi de 9,5 milhões de euros, 29,15% inferior àquele registrado em 2002.

De acordo com os números apresentados, a maior parte das despesas corresponde às verbas distribuídas na gestão ordinária e extraordinária dos organismos da Santa Sé, destinados _ segundo a competência de cada uma _ à administração da Igreja Católica no mundo.

O balanço indica que 2.674 pessoas, das quais 755 eclesiásticos, 344 religiosos e 1.575 leigos são dependentes da Santa Sé, além de mil aposentados.

Após a apresentação do o balanço da Santa Sé, o Cardeal Sebastiani expôs o balanço-2003 do Estado da Cidade do Vaticano naquilo que diz respeito à gestão do território e ao exercício das atividade de suporte à Santa Sé. Este último registrou em déficit em 2003, de 8,8 milhões de euros, 45% inferior ao de 2002.

Segundo o Cardeal Sebastiani, o déficit foi causado pelas despesas extraordinárias para a realização da obra de reestruturação e restauração dos prédios da Cidade do Estado do Vaticano.

Despesas também nas áreas extraterritoriais, além da contribuição de dez milhões de euros que o Governatorato aprovou, para cobrir metade do déficit da Rádio Vaticano.

Um empenho financeiro foi destinado para iniciativas de tutela, valorizações, restaurações e conservação do patrimônio artístico da Santa Sé, meta da visita por parte de peregrinos e turistas provenientes de todo o mundo.

O Estado da Cidade do Vaticano conta 1.534 dependentes.

Como de costume, os balanços da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano foram submetidos a uma verificação e uma certificação. Durante as discussões, os cardeais debateram também o papel dos meios de comunicações sociais e em particular da Radio Vaticano na vida da Igreja Católica.

De acordo com os cardeais, a Santa Sé é muito sensível ao uso desses instrumentos que requerem altos recursos financeiros e constantes inovações tecnológicas, mas desempenham um importante papel e um útil serviço de informação sobre as atividades e os ensinamentos do Santo Padre e da Igreja Católica no mundo.

O Conselho de Cardeais também destacou o caráter de formação pastoral desses meios, especialmente nos países que dispõe de limitadas possibilidades para a evangelização.

Por fim, o Cardeal Sebastiani expôs a situação do Óbolo de São Pedro. Trata-se das ofertas recolhidas em todas as dioceses do mundo, sobretudo por ocasião da festas dos apóstolos Pedro e Paulo. Contribuições provenientes das congregações, institutos religiosos e fundações, além de ofertas dos fiéis, que em número sempre crescente mantêm as obras de caridade do Papa.

Em 2003 o Óbolo de São Pedro recolheu um total de 55,8 milhões de dólares, um acréscimo de 5,7% em relação a 2002. O Papa destinou a soma sobretudo à caridade, manifestando a proximidade da Santa Sé às populações de vários países do mundo, atingidos por diversas calamidades: terremotos, inundações, guerras, epidemias e refugiados, entre outros.

As ofertas ajudaram a manter as numerosas e várias iniciativas da comunidade eclesial nos países pobres, com a finalidade de promover a vida humana. Os recursos também foram utilizados para ajudar as obras católicas na Terra Santa, que se encontram, há alguns anos, em grave dificuldade, em razão das tensões e conflitos.

O balanço será apresentado à imprensa na manhã desta quinta-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé. (WM)