Especialista em Vaticano explica por que fundamentalistas crescem na América Latina

Roma, 29 jun (RV)– Em uma análise publicada nesta terça-feira, 29 de junho, o especialista em Vaticano, o italiano Sandro Magister, do jornal L’Espresso, analisa as novas tendências evangélicas fundamentalistas e adverte sobre o impacto crescente que estas poderiam ter no futuro da América Latina.

Magister fundamenta sua análise não somente em diversos acontecimentos recentes, mas na obra “The Next Christendom. The Coming of Global Christianity” (“A Próxima Cristandade. O Advento do Cristianismo Global”), publicado originalmente em 2002 pelo professor Philip Jenkins _ um anglicano norte-americano simpatizante mundo católico. Segundo Magister, a recente tradução para o italiano é “muito lida no Vaticano”, já que “representa para a política mundial da Igreja o que foi ‘O Choque de civilizações’ de Samuel P. Huntington para a geopolítica em geral”.

O vaticanista italiano sustenta que Jenkins apresenta cifras que demonstram o crescimento surpreendente das chamadas “igrejas independentes”, de natureza evangélica, que seriam quase um quinto do total de cristãos no mundo.

Magister demonstra que enquanto o surgimento dos movimentos apostólicos nas Filipinas transformarão esta nação no maior país católico do mundo, o Brasil é lado oposto da moeda: quase a metade dos 50 milhões de evangélicos latino-americanos se encontra no país, e a Igreja Católica local, segundo o auto, diferente da Igreja nas Filipinas, não encontrou ainda um caminho pastoral de solução.

Magister vê fundamento na conhecida tese de uma estratégia sistemática norte-americana para apagar a identidade católica do hemisfério sul, e afirma que “Jenkins, em seu livro, mostra os elementos que parecem comprová-la”.

Porém, bem mais convincentes, diz o vaticanista, são as provas da falta de reação por parte dos líderes católicos. (MZ)