Em aumento na Inglaterra, abortos de fetos com malformações

Londres, 31 mai (RV) – Estão em aumento no Reino Unido, os abortos de fetos portadores de malformações e potenciais deficiências, tais como lábio leporino, malformações ósseas ou fissura palatal. É o que emerge dos dados do Departamento Britânico de Estatísticas que, para o ano 2002, indicam um incremento de 8% em relação ao ano precedente.

A prática de submeter os fetos a rígidos controles para detectar eventuais “defeitos” parece difundir-se sempre mais e, segundo alguns especialistas, esse fenômeno é destinado a crescer, à medida que se aprimoram as técnicas utilizadas.

Essa é uma tendência que poderia levar os médicos sem escrúpulos a violarem as rígidas leis sobre o aborto, interrompendo gestações de fetos que sejam potenciais portadores de deficiências. Em outras palavras: trata-se de intervenções que visam impedir o nascimento de criaturas que possam ser portadoras de uma _ ainda que mínima _ deficiência.

Para as associações que lutam pelo direito à vida, esse fenômeno tem uma tendência “claramente eugenética”, ou seja, voltada para o aprimoramento da raça humana, enquanto para a Igreja Anglicana, se trata de estatísticas “horríveis”, que demonstram uma atitude “altamente marcada pelo consumismo que caracteriza as relações humanas hoje em dia”.

Os dados publicados pelo Departamento Britânico de Estatísticas dão conta de que, no biênio 2000-2001, nove fetos foram abortados porque portadores de lábio leporino e fissura palatal, e outras duas gestações foram interrompidas porque os fetos eram portadores apenas de lábio leporino. (AF)