Jerusalém, 03 jun (RV)- Milhares de homossexuais e lésbicas israelenses _ amaldiçoados pela ortodoxia judaica _ realizarão na noite de hoje, quinta-feira, sua primeira marcha anual, pelo centro de Jerusalém, cidade santa para as três grandes religiões monoteístas.
Um dos líderes da
comunidade “gay” israelense, Hagai Elad, acusou o Prefeito da cidade, Uri Lupoliansky,
membro da comunidade ortodoxa ou “jaredim” (os temerosos de Deus), de tentar torpedear
com “argúcias burocráticas”, a marcha cujas duas edições precedentes, realizaram-se
em Tel Aviv.
Elad
se queixou que Lupoliansky proibiu os manifestantes de levar consigo, durante a manifestação,
as bandeiras do arco-íris da comunidade gay.
Por sua vez, o Prefeito de Jerusalém é pressionado por
um proeminente cabalista, o rabino David Basri, que exigiu a proibição da manifestação,
que se encerrará com uma festa, esta noite, no Parque do Sino. O rabino profetizou
que os homossexuais e as lésbicas “reencarnarão em coelhos”.
O Levítico bíblico condena com a pena
de morte os homossexuais, considerando-os degenerados, e prescreve que “um homem não
usará vestimentas de mulher”.
O porta-voz da Prefeitura, Guidi Shmerling, declarou que uma marcha dessa
natureza não requer a permissão municipal. Por sua vez, as autoridades policiais velarão
pela ordem, com a adoção de estritas medidas de segurança.
Calcula-se que um terço dos 400 mil
moradores judeus de Jerusalém pertencem à comunidade dos “Jaredim”, que, há alguns
anos, impediu mediante violentos protestos, a colocação de cartazes de publicidade
nos quais os modelos aparecem em maiô ou com roupa íntima.
Um membro do Conselho Municipal de
Jerusalém, Saar Netanel, recebeu ameaças de morte por participar da organização do
desfile pelo centro comercial de Jerusalém, informa a imprensa local. (AF)
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