2004-06-03 16:13:44

Cardeal Tauran pede reforma da ONU, na conclusão do encontro inter-religioso de Doha, no Qatar


Cidade do Vaticano, 02 jun (RV)- Conclui-se no dias passados, em Doha, Qatar, a Conferência sobre o Diálogo entre Islâmicos e Cristãos, que reuniu as máximas autoridades civis e religiosas das duas culturas.

Na coletiva de imprensa realizada após o encerramento da Conferência, oCardeal Jean-Louis Tauranfalou de uma das questões mais delicadas para a Igreja: a crescente diminuição dos fiéis, que preferem abandonar uma área marcada por uma grave instabilidade...

Cardeal Jean-Louis Tauran:-“Não se pode negar que haja uma hemorragia da presença cristã nesta parte do mundo. O que queremos evitar é que, na Terra Santa, os Lugares Sagrados se transformem em museus. Para nós, trata-se de realidades vivas: existem santuários e em torno deles, uma comunidade cristã, que tem suas escolas, seus hospitais e seu artesanato.”

P. Cardeal Tauran, fala-se muito, nestes tempos, de reforma da ONU. Como entender esse processo?

Cardeal Jean-Louis Tauran:-“Acredito que nunca como hoje, os atores da sociedade internacional tenham tido em mãos um patrimônio jurídico assim complexo e afinado. O que falta é a vontade política de respeitar os compromissos concordados. Principalmente, não deveria haver grandes e pequenos países, idéia que o Papa sempre defendeu: na família das nações, todos são iguais. Certamente, quem é mais potente tem uma responsabilidade maior, mas no momento de decidir, a decisão deve ser tomada segundo o Direito e segundo a Justiça. Por outro lado, é preciso estar muito atento para não destruir a ONU: seria catastrófico.”

P. Cardeal Tauran, no caso específico do Iraque, o que poderia fazer as Nações Unidas para restabelecer uma situação mais justa?

Cardeal Jean-Louis Tauran:-“A ONU é a única organização capaz de acompanhar a transição para um Iraque soberano, e permitir que os iraquianos possam retomar as rédeas do seu país. Mas para isso, toda a comunidade internacional deve trabalhar, e não somente dois ou três países que podem impor uma ordem internacional. O que falta é voltar ao texto da Carta das Nações Unidas: ali estão todos os elementos para uma solução.” (BF)








All the contents on this site are copyrighted ©.