2004-05-26 17:18:21

Dia da África: apelo do Papa à comunidade internacional


Cidade do Vaticano, 25 mai (RV)- Por um dia, o mundo inteiro celebra a África, continente “esquecido” nos grandes circuitos internacionais, políticos, econômicos e culturais. Há quem diga tratar-se de um continente à deriva, mas talvez hoje, mais do que nunca, é necessário ajudar os esforços feitos pelos povos africanos, para livrar seus países da pobreza e da guerra e potencializar a democracia.

Há 41 anos _ no dia 25 de maio de 1963 _ nascia a Organização para a Unidade Africana, transformada em 2002 na União Africana, com sede em Adis-Abeba, capital da Etiópia. Os países membros são 53, unidos, sobretudo, para dar paz e segurança ao continente africano, pressupostos de todo desenvolvimento.

A Igreja presente no mundo inteiro olha com toda atenção para a África: as comunidades católicas do mundo inteiro são convidadas a ajudar seus irmãos da África, para lhes permitir conduzir uma vida mais humana e fraterna _ exortou JPII dias atrás.

Passaram-se dez anos da Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, e vale a pena recordar o caminho percorrido, com uma nova consciência de seu papel, até à exortação “Ecclesia in Africa”, promulgada por JPII em Iaundê, capital de Camarões. Primeiro grande documento do magistério do Papa sobre esse continente “esmagado _ lê-se no texto de então _ pelas calamidades, pelos ódios étnicos, pelas guerras”.

E não houve muitas mudanças nesse continente, onde _ escreve o Papa na Exortação _ “durante longo período, regimes” hoje “não mais existentes colocaram à dura prova os africanos, e enfraqueceram sua capacidade de reação”. Por isso “é necessário ajudá-los a unir suas energias, para colocá-las a serviço do bem comum”, fundado nos valores da cultura africana.

Sobretudo o “profundo senso religioso”, o “senso da família, do amor, do respeito da vida”. É insubstituível o papel da Igreja _ lê-se ainda _ “ao lado dos oprimidos”, para “fazer-se voz dos que não têm voz”, a fim de que, em todos os lugares, a dignidade humana seja reconhecida a toda pessoa, e o homem esteja no centro de todos os programas dos governos”. Uma Igreja que denuncia os males da sociedade, e oferece instrumentos de resgate moral e social, através de uma mensagem “pertinente e crível”, e também corajosa.

“Os povos da África, longe de ceder ao desânimo _ concluía a Exortação _, devem preparar-se ao terceiro milênio” com o “firme compromisso” de colocar em prática, com “grande fidelidade”, as decisões e as orientações da Igreja, para ser _ repetiu com veemência JPII nestes dias _ “verdadeiramente protagonistas de seu futuro, atores e sujeitos de seu destino”.” (RL)








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